ESTUDO 123
Morei na
barriga de Deus.
Ascultei o
centro do mundo, as pulsações
dos seres
vivos, mortos e incriados.
Uma dor
enorme encheu-me o peito:
ó saber-se
Deus e não ter forças!
(Residi no
abdômem do divino
trinta
anos.) Pus meu ouvido no alfa
e no ômega:
vi o princípio
e o fim
vezes sem conta.
Tudo começa
e morre e recomeça
e morre e
recomeça. O incriado
vi: estrela
fútil - fósforo
que se
acende num estádio de futebol.
(Porque
morei no bucho do perfeito.)
E vi o
universo morrer e vi seus ossos:
escuro no
escuro maior, cão no silêncio.
A tudo vi e
meditei e clamo:
ó saber-se
divino e ser só homem!
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